Já considerou que o momento em que você encontra um juiz pode impactar o resultado da sua ação?
Grande parte da nossa atividade consciente ocorre no córtex pré-frontal, responsável pelo foco, memória de curto prazo, resolução de problemas e moderação de impulsos. Em outras palavras, é o território da força de vontade.
Um estudo de 2007 do Journal of Personality and Social Psychology analisou como a nutrição afeta o córtex pré-frontal, concluindo que a força de vontade é um músculo mental que não se recupera rapidamente. Quando utilizada em uma tarefa, menos energia está disponível para a próxima, a menos que seja recarregada.
Quando nossa força de vontade está em baixa, tendemos a retornar a nossos padrões de sempre.
No contexto legal, a força de vontade dos juízes também desempenha um papel vital. Os pesquisadores Jonathan Levav, da Escola Stanford de Administração, na Califórnia, e Liora Avnaim-Pesso e Shai Danziger da Universidade Ben Gurion, de Negev, olharam com cuidado o impacto da força de vontade no sistema de liberdade condicional.
Os pesquisadores analisaram 1.112 audiências de liberdade condicional designadas a oito juízes durante um período de dez meses em Israel e constataram que os juízes ouvem os argumentos e levam cerca de seis minutos para tomar uma decisão em cerca de 14 a 35 pedidos de condicional por dia, com apenas dois intervalos – um lanche da manhã e um jantar bem tarde – nos quais descansam e recarregam as baterias.
O impacto de suas agendas é tão espetacular quanto surpreendente: de manhã e depois de cada intervalo, a chance de a condicional ser liberada chega a 65%, e depois mergulham quase a zero no final de cada período.
Este é um gráfico extraído do livro “A Única Coisa” de Gary Keller e Jay Papasan e nele está a demonstração científica de que os juízes estão mais propensos a deferir pedidos de liberdade condicional quando estão descansados:
Os resultados estão, provavelmente, ligados ao desgaste mental de manter o foco intenso ao longo de todo o dia e tomar decisões repetidamente. Conforme suas energias são gastas, os juízes ruem mentalmente e caem na “escolha padrão”, o que não acaba sendo muito positivo para os esperançosos prisioneiros. A decisão padrão para um juiz de liberdade condicional é dizer “não”.
Se você tem algo importante para discutir com um juiz, fazê-lo no início do expediente ou após um intervalo pode ser crucial. A exaustão mental ao longo do dia pode levar os juízes a optarem pela "escolha padrão", que geralmente não é favorável aos solicitantes.
Como o desequilíbrio entre as decisões favoráveis e desfavoráveis é tão grande, realizamos uma breve análise legislativa dos pressupostos para a liberação condicional dos prisioneiros em Israel e, naturalmente, concluímos que os requisitos são mais subjetivos do que os requisitos no Brasil.
Entretanto, o foco de nosso estudo não é sobre a liberdade condicional, mas, sim, sobre os impactos do horário nos despachos entre Advogados e Magistrados, nas decisões judiciais e nos resultados das ações em geral.
Despachar pedidos importantes pela manhã pode fazer toda a diferença para o cliente, influenciando não apenas a decisão em si, mas também as consequências da sentença. Cuidado com o modo padrão ao ficar sem força de vontade, pois isso pode afetar seu desempenho nas tarefas ao longo de um processo.
Em momentos de esgotamento, qual padrão você escolherá: uma abordagem inovadora ou o caminho já traçado?
Os profissionais da InHands são treinados para "sair do padrão" quando isso for o melhor para os nossos clientes!
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