Você já parou para pensar no que acontece com os dados dos seus clientes depois que eles chegam até você? Nome, e-mail, CPF, telefone, localização, preferências… Cada uma dessas informações tem valor. E proteger esses dados não é apenas uma questão ética, é uma exigência legal.
Em um cenário onde a informação é o novo ouro, cuidar da privacidade dos seus clientes deixou de ser um diferencial e passou a ser uma obrigação. Neste artigo, a InHands vai direto ao ponto: o que a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) espera de você e quais medidas de segurança a sua empresa precisa adotar para estar em conformidade com a LGPD.
Prepare-se para um guia completo, prático e sem juridiquês.
Por que a segurança de dados é um assunto tão sério?
Imagine entregar as chaves da sua casa a um desconhecido e simplesmente torcer para que nada aconteça. Parece irresponsável, certo? É exatamente o que acontece quando empresas negligenciam os dados pessoais que recebem.
Segurança de dados não se resume a instalar antivírus. Trata-se de proteger as informações desde o momento da coleta até a sua exclusão definitiva. Se você lida com qualquer tipo de dado pessoal, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) exigem que você implemente medidas técnicas e administrativas para garantir essa proteção.
O que diz a LGPD sobre segurança?
O artigo 46 da LGPD é claro:
“Os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas.”
Isso significa que a responsabilidade é sua, como controlador ou operador dos dados. Mas afinal, quais medidas são essas?
É aqui que a ANPD entra em cena, trazendo diretrizes objetivas sobre o que se espera de cada empresa, independentemente do seu porte.
Medidas de segurança segundo a ANPD
A ANPD publicou o Guia de Segurança da Informação para Agentes de Pequeno Porte, que serve como base para empresas de todos os tamanhos. A seguir, vamos explicar essas medidas de forma simples e aplicável:
1. Governança e gestão de segurança da informação
Tecnologia sem cultura de proteção é ineficaz. O compromisso com a segurança precisa começar na gestão.
Como fazer:
- Nomeie um responsável pela proteção de dados (DPO/Encarregado).
- Crie e divulgue a Política de Segurança da Informação.
- Realize treinamentos periódicos com sua equipe.
Dica: Reuniões curtas mensais sobre segurança digital são mais eficazes do que treinamentos longos e esporádicos.
2. Controle de acesso
Nem todo colaborador precisa acessar todos os dados. O princípio é: acesso mínimo necessário.
Como fazer:
- Estabeleça níveis de acesso.
- Utilize autenticação em dois fatores (2FA).
- Revogue acessos imediatamente em desligamentos.
Exemplo: Um designer gráfico não precisa ter acesso ao CPF dos clientes.
3. Proteção contra softwares maliciosos (malwares)
Um clique errado pode custar caro. O sequestro de dados (ransomware) é uma das maiores ameaças atuais.
Como fazer:
- Mantenha sistemas e softwares sempre atualizados.
- Utilize antivírus confiáveis e atualizados.
- Oriente a equipe a não abrir links ou anexos suspeitos.
Dica: Ferramentas gratuitas como VirusTotal ajudam a checar arquivos e links antes de abri-los.
4. Criptografia de dados
Criptografia garante que, mesmo em caso de vazamento, os dados não sejam compreendidos por terceiros.
Como fazer:
- Utilize HTTPS em seu site.
- Armazene senhas de forma criptografada (bcrypt, SHA-256).
- Prefira soluções que ofereçam criptografia nativa.
Alerta: Nunca armazene senhas em texto simples. Isso é um convite ao desastre.
5. Backup e recuperação de dados
Acidentes acontecem. O que diferencia empresas seguras das vulneráveis é a capacidade de reação.
Como fazer:
- Faça backups automáticos e regulares.
- Armazene cópias em locais distintos (cloud + físico).
- Teste a recuperação dos backups periodicamente.
Dica: Backup que nunca foi testado não é backup, é uma aposta.
6. Auditoria e rastreabilidade
Saber “quem fez o quê e quando” é essencial para prevenir e remediar incidentes.
Como fazer:
- Mantenha logs de acessos e alterações.
- Use sistemas que permitam rastrear ações internas.
- Analise esses registros com regularidade.
7. Atualizações e correções de segurança
Brechas conhecidas em sistemas desatualizados são as portas de entrada preferidas dos hackers.
Como fazer:
- Mantenha sistemas, plugins e softwares sempre atualizados.
- Evite ferramentas piratas ou sem suporte.
- Defina um responsável técnico (interno ou terceirizado) para essa gestão.
E as empresas de pequeno porte? Existe flexibilização?
Sim, a ANPD reconhece as particularidades de pequenas empresas, startups, ONGs e MEIs. O Tratamento Diferenciado para Agentes de Pequeno Porte prevê simplificações, como:
- Políticas de segurança mais enxutas.
- Redução de formalidades no registro de atividades.
- Adoção de medidas proporcionais ao volume e sensibilidade dos dados.
Mas atenção: essa flexibilização não é isenção de responsabilidade. Você continua obrigado a garantir:
- A segurança dos dados.
- O respeito aos direitos dos titulares.
- A responsabilização em caso de incidentes.
Dica de ouro: Documente tudo. Mesmo medidas simples devem estar registradas.
O que acontece se eu não me adequar?
As sanções previstas na LGPD podem ser pesadas:
- Advertência;
- Multas de até 2% do faturamento anual (limitadas a R$ 50 milhões);
- Multas diárias;
- Publicização da infração (prejuízo de imagem);
- Bloqueio ou exclusão dos dados envolvidos;
- Suspensão das atividades de tratamento de dados.
Para startups e PMEs em fase de crescimento, o impacto pode ser fatal, tanto financeiramente quanto para a reputação da marca.
Checklist: Sua empresa está protegida?
Faça um diagnóstico rápido agora mesmo:
[ ] Tenho uma política de segurança de dados?[ ] Minha equipe recebeu treinamentos?
[ ] Utilizo senhas fortes e autenticação em dois fatores (2FA)?
[ ] Realizo backups periódicos e testados?
[ ] Meus sistemas estão atualizados?
[ ] Registro e analiso logs de acesso?
[ ] Meus dados sensíveis estão criptografados?
Se você marcou menos de 5 desses itens, é hora de agir.
Conclusão: segurança de dados é gestão inteligente
A proteção de dados não é apenas uma exigência legal; é uma estratégia inteligente de gestão, reputação e competitividade.
Empresas que tratam a segurança de dados como prioridade demonstram respeito ao cliente, responsabilidade social e visão de futuro. Isso se reflete na confiança do mercado, na fidelização de clientes e até na valorização do negócio em processos de investimento ou venda.
A ANPD dá as diretrizes. Mas a responsabilidade de transformar compliance em diferencial competitivo é sua.
Se você quer transformar segurança de dados em um ativo estratégico para sua empresa, a InHands está pronta para te orientar com soluções jurídicas modernas, práticas e sem complicação.
Vamos proteger o seu negócio? Fale com a gente.
Deixe um comentário