O trajeto de uma startup é um terreno repleto de desafios, exigindo visão estratégica e orientação especializada. Nesse cenário, contar com um conselheiro ou advisor experiente pode ser a chave para superar obstáculos e conectar a empresa a novos horizontes.
Esse mentor estratégico atua em momentos cruciais, oferecendo insights valiosos e uma rede de contatos valiosa. A dinâmica desse relacionamento é diferente de uma contratação convencional, envolvendo uma colaboração pontual e alinhamento de expectativas.
Modelos mais comuns de contratação de Advisors
Os modelos mais comuns de trazer um conselheiro para a equipe geralmente envolvem um contrato de prestação de serviços vinculado a opções de compra de ações (stock options, RSU, entre outras). Essa estratégia, embora complexa, visa conciliar o alto custo horário do conselheiro com a oferta de uma participação futura na sociedade.
- Participação Societária Integral no Início:
O conselheiro recebe a oferta completa de participação societária no momento da assinatura do contrato. - Participação Societária em Etapas ou Resultados:
A participação é liberada ao longo do tempo, vinculada a metas ou conquistas específicas acordadas entre a startup e o conselheiro.
A partir do ajuste de cessão de participação societária, outra questão é a forma do exercício da opção, ou seja, a maneira pela qual o conselheiro vai efetivamente comprar a participação societária junto à startup. As principais formas são:
- Pagamento com um desconto aplicado sobre o valor de mercado:
É a condição em que se permite ao conselheiro pagar pela sua participação com um desconto atrativo sobre o valor da startup. - Pagamento pelo valor de mercado:
É somente permitir ao advisor que ele possa comprar a participação quando quiser, mesmo que a partir do valor de mercado da startup. Basicamente fica garantido ao conselheiro o direito de fazer parte do negócio, se ele tiver o capital disponível.
Como o mercado americano tem feito?
Nos Estados Unidos, as participações ofertadas são bem pequenas e ao longo das rodadas de captação vão diminuindo substancialmente. Os dados a seguir, extraídos da plataforma Carta, podem te ajudar a entender como calcular a participação a se ofertar à um conselheiro:
Afinal, quais os principais cuidados?
Por fim, ao contratar um conselheiro, os principais cuidados para evitar riscos são:
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Alinhamento claro de expectativas
É indispensável que as duas partes entendam o que se espera com a relação que está sendo construída e determine todos os pontos em contrato. Esse é o primeiro e principal cuidado necessário.
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Não ofertar participações altas demais ou baixas demais
Não ofertar toda a participação disponível para o Advisor de uma única vez, mas gradativamente para manter o interesse do conselheiro ao longo do tempo.
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Não ofertar participações altas demais ou baixas demais
Um percentual alto demais pode custar muito caro no longo prazo e um baixo demais pode desestimular o conselheiro de atuar no longo prazo.
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Não ofertar participações sem formas de medir sucesso do serviço realizado
É importante estabelecer as regras e metas com o Advisor para que o resultado gerado efetivamente com o apoio dele justifique a participação que lhe for dada.
Esperamos ter ajudado quanto aos principais aspectos jurídicos a considerar na hora de trazer um Advisor, mas qualquer dúvida ou necessidade na elaboração dos contratos, conte com os profissionais especializados da InHands.
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